Nas Eleições Municipais os maiores derrotados foram: BOLSONARO E PT



Com o resultado do segundo turno das eleições deste domingo (29), a lista de partidos que venceram nas grandes cidades, aquelas com mais de 200 mil habitantes, apresenta mudanças se comparado com 2016.

O partido que lidera o ranking de municípios com esse perfil é o PSDB, seguido pelo MDB, PSD, DEM e Podemos.

PartidoPrefeitos eleitos em cidades acima de 200 mil habitantes
PSDB25
MDB24
PSD19
DEM13
Pode (PTN e PHS)9
PP8
PT7
PSB6
Fonte:TSE

Para o cientista político Paulo Silvino Ribeiro, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), as eleições municipais do segundo turno mostraram que a população brasileira está escolhendo candidatos que se situam no "centro-direita do espectro político".

"Bolsonaro é o grande derrotado pelo fato de que as pessoas não estão mais votando ou escolhendo discursos à direita extremados. O que a gente vê é um deslocamento da orientação política da população para uma visão um pouco mais de centro-direita", disse à Sputnik Brasil.

'Sucesso da esquerda nas eleições municipais não passa pelo PT'

Outro ponto que chamou a atenção do cientista político é o desempenho ruim do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições municipais deste ano. Em 2020, o PT não elegeu prefeito em nenhuma das capitais do Brasil pela primeira vez desde a redemocratização. Das 15 cidades em que disputava o segundo turno das eleições municipais, a sigla foi derrotada em 11, sendo duas capitais (Recife e Vitória).


"O PT acabou praticamente. O PT não tem nenhuma capital, o PT perdeu prefeituras, lamentavelmente o ex-presidente Lula e todo o partido tem uma dificuldade em fazer essa autocrític e tem uma dificuldade em recompor com outros partidos do mesmo espectro de esquerda", disse Paulo Silvino Ribeiro.

PartidoNº de capitais
MDB5
DEM4
PSDB4
PDT2
PP2
PSB2
PSD2
Avante1
Podemos1
PSOL1
Republicanos1
Fonte:TSE

Para o professor da FESPSP, além da dificuldade em dialogar com outros partidos da esquerda brasileira, o PT também ainda possui uma rejeição muito grande na população.

"Isso de certo modo tem a ver não só com a dificuldade de diálogo que o partido tem, como ainda um certo resquício do pensamento anti-petista. Não acho que nós estamos mais no mesmo nível de ódio de 2018, mas ainda existe uma certa ressalva em relação ao PT e a figura do Lula", afirmou.


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