Explosão em maior fábrica de vacinas da Índia marca o dia 21/01/2021
Cinco pessoas morreram em um incêndio, nesta quinta-feira (21), no Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas, sem que o incidente tenha afetado sua produção em alta velocidade de vacinas contra a covid-19, de acordo com a empresa.
"Cinco pessoas morreram", anunciou o prefeito da cidade de Pune (oeste da índia), Murlidhar Mohol, a repórteres após o incêndio.
"Estamos profundamente tristes e oferecemos nossas mais profundas condolências aos familiares dos que partiram", tuitou Adar Poonawalla, CEO da empresa, sem oferecer mais detalhes.
O primeiro-ministro, Narendra Modi, se declarou "angustiado com a perda de vidas humanas".
As equipes de resgate encontraram cinco corpos num prédio em construção depois que o incêndio foi controlado, informou a imprensa local.
A televisão indiana exibiu imagens de uma enorme nuvem de fumaça cinza acima das instalações do SII em Pune, onde milhões de doses da vacina contra a covid-19 Covishield, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, são produzidas.
O fabricante garantiu, porém, que sua produção de vacinas contra a covid-19 não foi afetada. "A unidade de produção de vacina não foi atingida", garantiu uma fonte do SII à AFP, acrescentando que o incêndio começou em uma nova fábrica em construção.
O local do incêndio fica a uma curta distância de carro da unidade onde as vacinas contra o coronavírus são produzidas, enquanto o complexo da SII se estende por mais de 40 hectares.
Oito ou nove edifícios estão em construção no complexo para melhorar a capacidade de produção, de acordo com a emissora NDTV.
Um oficial dos bombeiros disse a repórteres que "mais três ou quatro pessoas estavam dentro" do prédio quando o incêndio começou, mas que todas estavam seguras.
Ele acrescentou que o incêndio já estava sob controle, enquanto um policial disse que a origem do fogo ainda não foi determinada.
- "Farmácia do mundo" -
O Serum Institute of India, fundado em 1966 por Cyrus Poonawalla, é o maior fabricante mundial de vacinas em volume, que já produzia 1,5 bilhão de doses por ano antes da pandemia de covid-19.
A empresa fabrica vacinas contra poliomielite, difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba e rubéola. Essas vacinas são exportadas para mais de 170 países.
A empresa gastou quase um bilhão de dólares nos últimos anos para expandir e melhorar seu gigantesco complexo em Pune.
Em janeiro, as autoridades regulatórias indianas aprovaram duas vacinas: Covishield, produzida pelo Serum Institute, e a Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech.
O imenso país de 1,3 bilhão de habitantes iniciou no sábado uma das campanhas mais ambiciosas do mundo, com o objetivo de imunizar 300 milhões de pessoas até julho.
Mas muitos outros países também dependem do SII para o fornecimento de vacinas.
A Índia enviou na quarta milhares de doses de seus primeiros lotes da vacina contra a covid-19 para as Maldivas e o Butão. Bangladesh recebeu dois milhões de doses nesta quinta, também ofertadas, e então será a vez do Nepal, Mianmar e Seychelles.
A Índia planeja doar cerca de 20 milhões de doses aos seus vizinhos, informou a agência Bloomberg na semana passada.
Sri Lanka, Afeganistão e Maurício, bem como Brasil e África do Sul serão os próximos na longa lista de países que aguardam a vacina.
"A farmácia mundial vai aceitar o desafio da covid", disse o ministro indiano das Relações Exteriores, S. Jaishankar, em sua conta no Twitter.
Além disso, o SII planeja fornecer 200 milhões de doses dentro da estrutura Covax, o dispositivo colaborativo contra a pandemia, co-dirigido pela Organização Mundial da Saúde e destinado a distribuir a vacina para países pobres.
A Índia é o segundo país mais afetado - depois dos Estados Unidos - pela covid-19, com mais de 10 milhões de casos relatados, embora a taxa de mortalidade seja uma das mais baixas do mundo.