Ciclone atinge Costa Catarinense, e preocupa moradores do Sul do Brasil
No último fim de semana, todas as praias de Santa Catarina foram afetadas por ressacas e um mar agitado, com ondas extensas que invadiram a faixa de areia. Isso ocorreu em virtude de um centro de baixa pressão em alto mar, o ciclone extratropical que se formou mas ficou distante da costa terrestre.
O fator também se somou com algumas condições já existentes, dificultando a permanência nas praias, como explica o meteorologista Piter Scheuer.
“Esse centro de baixa pressão favoreceu ventos do quadrante sudoeste a sudeste, que foram de 50km/h a 70km/h. Isso fez com que a água se ‘empilhasse’. A combinação dessa baixa pressão com uma massa de ar frio que estava no oceano criou condições favoráveis. Nesse caso da massa de ar frio, é como se você colocasse a mão dentro de um copo d’água, ele tende a transbordar”, explica.
A maré astronômica, para o especialista, deve ser um fator secundário. Em entrevista ao ND+, o meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins, cita que a “maré meteorológica, que se sobrepõe à maré astronômica, acontece todo dia, uma maré que sobe e desce e é que tabelada”.
Moradores de todas as regiões tiveram contato com o mar agitado, e os registros foram de Norte a Sul na costa catarinense. Em Florianópolis, a Praia do Santinho e a praia da Joaquina, por exemplo, registraram o fenômeno, também visto no Sul da ilha.
O Litoral Sul também teve ondas altas, segundo Scheuer, o que pode ocasionar “danos graves em estruturas precárias”. “As ondas tiveram picos de 3 a 4 metros, foram ondas gigantes”, cita.
O indicativo é de que a partir desta segunda-feira (8) e ao longo de toda a semana, o mar volte se acalmar e as ondas diminuam gradativamente. As ondas devem ser de 0,5 a 1 metro, e as rajadas de vento não devem ultrapassar os 40 km/h.