Reino Unido: centenas de acadêmicos são suspeitos de ajudarem China a desenvolver armas de destruição em massa
Jornal britânico revela que cerca de 200 acadêmicos podem ter ajudado a China a construir armas de destruição em massa. Os indivíduos podem pegar até dez anos de prisão se tiverem violado a Ordem de Controle de Exportação.
Quase 200 acadêmicos britânicos que trabalham em mais de 12 universidades no Reino Unido estão sendo investigados sob suspeita de ajudar involuntariamente o governo chinês a construir armas de destruição em massa, informou o jornal The Times na segunda-feira (8).
"Em pouco tempo poderemos ver dezenas de acadêmicos nos tribunais […]. Se 10% tiverem processos judiciais bem-sucedidos, veremos cerca de 20 acadêmicos indo para a cadeia por ajudarem os chineses a construir superarmas", garantiu uma fonte não identificada ao jornal.
Os acadêmicos são suspeitos de violarem, inadvertidamente, as leis de exportação destinadas a impedir que a propriedade intelectual em assuntos altamente sensíveis seja entregue a Estados hostis.
A mídia afirma que o governo está se preparando para entrar em contato com os acadêmicos suspeitos de transferir pesquisas em tecnologia militar avançada, como aeronaves, projetos de mísseis e armas cibernéticas para a China. Os indivíduos podem pegar no máximo dez anos de prisão se violarem a Ordem de Controle de Exportação, de 2008.
Uma pesquisa da Civitas, um think tank da sociedade civil com sede em Londres, Reino Unido, alega que 20 universidades britânicas tinham negócios com 29 universidades chinesas e nove empresas com ligações militares, incluindo conglomerados de armas chineses, reporta o jornal.
Os serviços de segurança britânicos temem que as pesquisas possam ajudar Pequim a desenvolver armas de destruição em massa, que poderiam ser usadas na repressão de dissidentes políticos e minorias, incluindo os uigures.
Na semana passada, a Universidade de Manchester, Reino Unido, encerrou um projeto de pesquisa com a Corporação do Grupo de Tecnologia Eletrônica da China (CETC, na sigla em inglês) depois que um comitê parlamentar britânico levantou a preocupação de que a tecnologia da empresa estatal estava sendo usada contra os uigures.