Será uma guerra biológica? Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro diz que Coronavírus pode ter sido criado em Laboratório na China, ¨qual país cresceu mais seu PIB?¨
O presidente Jair Bolsonaro sugeriu nesta última quarta-feira 5 de Maio de 2021, que o vírus da covid-19 pode ter sido criado em laboratório, na esteira de uma guerra química e bacteriológica. Na linha de teorias difundidas por integrantes da ala ideológica do governo, que sugerem intenção da China em criar um vírus para ganhar vantagem na disputa geopolítica, Bolsonaro insinuou que o gigante asiático pode ter se beneficiado com o vírus.
“Ninguém sabe se [o vírus] nasceu em laboratório ou se alguém ingeriu uma animal inadequado”, ele discursou em evento no Palácio Planalto, por ocasião da Semana das Comunicações. “Os militares sabem o que é uma guerra química e bacteriológica. Qual o país que mais cresceu?”
No último dia 27, sem saber que sua fala estava sendo transmitida ao vivo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o “o chinês inventou o vírus [da covid-19]”. Na terça-feira, ao comentar a declaração, ele afirmou que a expressão foi “infeliz” e que “volta e meia fala besteira sem querer”.
Na contramão dos principais líderes políticos do mundo, que defendem a priorização da vacina contra a covid-19, Bolsonaro voltou a defender o uso de medicamento sem eficácia e insinuou que há interesse da indústria em não promover drogas de baixo custo.
“Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa. O [remédio] que eu tomei todo mundo sabe. Ouso dizer que milhões de pessoas fizeram este tratamento”, afirmou o presidente, referindo-se à hidroxicloroquina, medicamento contraindicado para pacientes com covid-19
“Por que não se investe em remédios? Por que é barato demais e não é lucrativo para as empresas?”, provocou.
Bolsonaro ainda cobrou os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, a explorarem a experiência em Manaus “com doses cavalares de hidroxicloroquina”.
O presidente reclamou de reportagens que relatam sua presença em aglomerações, sem uso de máscara, e garantiu que seguirá andando “no meio do povo”, prometendo ir a uma manifestação marcada por ruralistas na Esplanada dos Ministérios, no próximo dia 15. “O povo precisa enfrentar este problema [a covid-19]”, disse.
Voto impresso
Ele voltou a cobrar a aprovação do projeto que obrigaria a emissão de comprovante em papel de votação em urnas eletrônicas, bradando que a Justiça não poderá questionar a medida caso ela passe pela avaliação de deputados e senadores.
"Colegas parlamentares, a decisão é dos senhores. Nós queremos, o povo quer o voto auditável. Qual o problema nisso?”, disse. “Se vocês promulgarem o voto auditável, ele será executado pela ocasião das eleições do ano que vem. Repito: será posto em prática. Ninguém vai contestar em lugar nenhum.”
A fala ocorreu na esteira de novas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por decisões tomadas durante a pandemia, sobretudo a que deu autonomia a governadores e prefeitos para a edição de medidas para conter a transmissão da covid-19.
Nióbio
Bolsonaro encerrou a solenidade defendendo a liberdade proporcionada pelas redes sociais. Ao falar do avanço da ciência e tecnologia, apontou o nióbio como um grande potencial do Brasil, afirmando que o metal poderá substituir o petróleo.
“Espero que Araxá continue em sua maioria sendo nossa. No que depender da minha caneta, não tem qualquer negócio com o mundo para explorar in natura o nosso nióbio”, afirmou, se referindo ao município mineiro onde funciona a maior reserva de nióbio em operação no mundo.