Donald Trump pode sofrer uma traição caseira que de seu homem de negócios e confiança, que pode levá-lo a prisão e de seus filhos, incluindo Ivanka?

 


O homem que comandou durante 50 anos as finanças de Trump pode ajudar o Governo a colocar o antigo presidente na prisão. E as traições não se ficam por aqui: os filhos podem virar-se contra o pai para se salvarem. A começar por Ivanka.


'Daddy's girl' (a garotinha do papai): como Ivanka Trump cresceu à imagem pelo pai... e agora o quer "assassinar"

Começamos pelo segundo nome mais importante desta história: Allen Weisselberg. Depois de Donald Trump - a principal figura - o diretor financeiro das empresas Trump durante 50 anos é o homem que o departamento de investigação federal espera que faça cair em desgraça o antigo presidente dos Estados Unidos da América.


Durante décadas foi o braço direito de Trump em milhares de negócios e os diz quem conhece os dois que eles eram como o Batman e Robin, inseparáveis. Pela mesa de Weisselberg passavam todos os dólares que o império do magnata nova-iorquino gastava. Ninguém conhece tão bem as finanças de Donald Trump como Weisselberg e é nesse conhecimento que reside a esperança do Procurador Cyrus Vance Jr, do partido Democrata, em conseguir finalmente colocar Trump na prisão.

E porquê? Porque Weisselberg, de 73 anos, foi acusado na passada semana de pagamentos ilegais, fraude fiscal e bancária por não ter, entre outros delitos, declarado ao longo dos últimos 15 anos dinheiro gasto pelas empresas de Trump com os seus principais executivos - a começar por Weisselberg - em carros de alta cilindrada, apartamentos de luxo e até propinas escolares. E também entra aqui o dinheiro pago para silenciar as mulheres que acusaram Trump de assédio sexual.

Estes expedientes para fugir aos impostos - oh, e como os "taxes" são um assunto bem sério nos EUA - terá acontecido em centenas de empresas ligadas a Donald Trump, desde hotéis a empresas imobiliárias passando pelos seus altamente rentáveis campos de golfe.

Aqui chegados o cerco aperta-se a Donald Trump, que mesmo tendo conseguido a proeza de escapar impune a dois 'impeachments', pode acabar tal como Al Capone - o maior mafioso da história dos EUA - preso por "simples" evasão fiscal.

Bloqueado de todas as redes sociais - tantas as mentiras que debitou - Donald Trump tem tido pouco palco mediático para refutar estas acusações, que ainda não chegaram diretamente a ele. Mas tem tentado e nas últimas semanas deu alguns comícios onde acusa os democratas de lher quererem "destruir o império" depois de lhe "roubarem" as eleições. Sim, ele ainda insiste que os votos foram mal contados.


Weisselberg foi entretanto demitido da organização Trump. Mas ainda não cedeu à pressão. Embora já todos tenhamos visto nos filmes que nestas situações acaba por ser apenas uma questão de tempo até o bandido entregar nem que seja o melhor amigo a troco de uma redução de pena.

A TRAIÇÃO CASEIRA 

Neste "déjà vu" do cada por si depois do Titanic bater no icebergue, Trump pode mesmo ver-se a braços com uma luta familiar para conseguir lugar num dos botes salva vidas. Quem o diz é Mary Trump, sobrinha do maganata, certa que os filhos de Trump não vão pensar duas vezes se tiverem de sacrificar o pai para se salvarem.

"A sua relação com eles e a relação deles com ele é inteiramente transacional e condicional", disse a psicóloga e escritora. "Eles não vão arriscar nada por ele, assim como ele não arriscaria nada por eles."

Tal como o pai, os quatro filhos adultos de Trump - Donald Jr (1977), Ivanka (1981), Eric (1984) e Tiffany (1993) - ainda não foram acusados de nada. Mas têm razões para se preocuparem. Uma das razões pela qual Weisselberg - não dissemos no início que ele a figura central? - está indiciado é por ter feito pagamentos "por debaixo da mesa" a empregados. E quem é que ganhou quase 600 mil de euros em serviços extra de consultadoria mesmo sendo funcionária contratada com salário "full time" na organização de Trump? A resposta é a filha Ivanka.


E tal como ela também Eric e Donald Jr devem ter sido "bafejados" com estes milhares vindos das contas das empresas do pai a troco de muito pouco. E só se conhece o caso de Ivanka porque ela teve de declarar os seus rendimentos quando foi trabalhar para a Casa Branca.

A correspondente do The Guardian nos EUA, Arwa Mahdawi, não tem dúvidas em afirmar que Ivanka será a primeira a trair Trump. "Se algum dos filhos se virar contra o pai, ela é a minha aposta." E é capaz de ter razões para pensar assim. Ivanka e o marido, Jared Kushner, têm mantido uma cada vez maior distância estratégica de Donald Trump. Nada de muito novo, aliás. Segundo o New York Times noticiou, esta é uma tática que o casal já vem usando desde a fase final do mandato de Trump. A imprensa recebeu documentos de uma "fonte anónima" da Casa Branca nos quais se ficavam a conhecer as ideias contrárias da filha sobre temas nos quais o pai era particularmente inflexível, como a contestação ao resultado das eleições ou o apoio aos supremacistas brancos. Suspeita-se que tenha sido a própria Ivanka a "deixar escapar" estes documentos para salvar a sua imagem.

O GENE QUE NÃO ENGANA

Ivanka - mesmo pensando que libertino e liberal são a mesma coisa - parece ser a mais inteligente da família neste jogo mediático. O que, só por si, não é grande feito se pensarmos que o pai queria combater o coronavírus com injeções de desinfetante ou acabar com os furações atingindo-os com mísseis nucleares. Entre tantas outras alarvidades que proferiu ao longo de quatro longos anos. Mas ter um neurónio a mais pode salvá-la do aperto que se aproxima. 


Donald Jr e Eric foram menos racionais do que a irmã quando saiu a acusação a Weisselberg. O segundo entrou em histeria e desatou o colocar fotos do filho do presidente Joe Biden, Hunter, nas redes sociais, acusando-o de perseguição. O advogado é uma espécie de arquirival que não perde a oportunidade de mandar os filhos de Trump arranjarem emprego sem a ajuda do pai. Já Donald fez um vídeo de 13 minutos no Facebook a desancar em tudo e todos, em especial nos "Republicanos bananas" que não defendem o pai. Mas fez pior, admitiu que os pagamentos dos colégios dos filhos de Weisselberg existiram. "Sim, o meu pai fez isso, fê-lo porque é um bom tipo." Este é um daqueles momentos em que Donald Jr se tivesse ficado calado teria sido um poeta.

Assim pode oferecido a carta do Monopólio "vá diretamente para prisão" ao magnata.

FONTE: THE MAG

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