Jair Bolsonaro diz a apoiadores "Tem que todo mundo comprar fuzil, um povo armado jamais será escravizado"
Pouco antes das 8 da manhã desta sexta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada. Ao grupo, atacou governadores, ministros, defendeu o tratamento precoce para Covid, a compra de fuzil pela população, criticou a vacina Coronavac e confirmou presença nas manifestações previstas para o feriado da Independência.
O presidente defendeu o armamento da população ao ser questionado sobre o que vai fazer pelos caçadores. “Tem que todo mundo comprar fuzil. O povo armado jamais será escravizado. Sei que custa caro. Tem um idiota lá 'tem que comprar é feijão'. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar."
Sobre Covid e economia, reforçou que não é possível parar o país. "O tratamento precoce deu certo para mim e para muita gente. Muita gente vai perder alguém para o coronavírus. Lamento. Acontece. A vida é essa. Agora, destruir um país por causa disso?" O chefe do Executivo atacou a vacina Coronavac. "Tô vendo essa vacina Coronovac." Foi interrompido por uma mulher que gritou "é uma porqueira". O presidente completou com "não posso nem dizer". Produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, a vacina é eficaz no combate à Covid.
Em um claro ataque aos ministros do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro reclamou da decisão que quebrou o sigilo de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. "O sigilo do advogado do Adélio [Bispo] não quebram. Me conformo por não estar um canalha no meu lugar. Se estivesse aqui, vocês estariam na fossa há muito tempo. Não pode um ou dois caras estragar a democracia do Brasil. O câncer já foi para o TSE. Temos que colocar um ponto final nisso."
Bolsonaro negou um possível golpe. "Alguns querem, dizem, que eu quero dar golpe. Uns idiotas, eu já sou presidente.”
Ao responder sobre os preços dos combustíveis e do gás de cozinha, Bolsonaro atribuiu os valores aos governadores. "Há uma bitributação da gasolina. Esse preço abusivo não justifica. Do gás, zerei o imposto. Quero ver um governador zerar o imposto do gás. Em São Paulo, aumentou ICMS em tudo. Não estou criticando o calcinha apertada não, mas é verdade. A Assembleia Legislativa abriu para ele em troca de carguinhos, arrumaram 1 bi pra ele em troca de emendas", disse, ridicularizando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP).
A alta da energia elétrica foi tratada brevemente pelo presidente, que pediu à população que baixe a conta de luz e economize energia.
Ao saber que um dos apoiadores era do Maranhão, Bolsonaro disparou: "É verdade que no Maranhão o governador faz showmício dizendo que a vacina é dele? Já reparou que em todos os Estados que o comunismo impera têm um gordo como chefe? Coreia do Norte é um gordo, no Maranhão é um gordo também."
Bolsonaro confirmou presença nas manifestações marcadas para o feriado da Independência. "Dia 7 [de setembro], de manhã, estou aqui [em Brasília] e de tarde estou na Paulista [em São Paulo]."
Sem máscara, assim como praticamente todos os apoiadores, Bolsonaro disse que é preciso estar atento o tempo todo para possíveis "snipers" em frente ao Palácio do Alvorada. "O Brasil desperta interesse de vários países do mundo. Veem como quintal, grande fazenda, fonte de recursos naturais e isso explora a gente há muito tempo."
A conversa durou menos de uma hora. O presidente embarcou em seguida para Goiânia, onde participa, às 10h, de solenidade de passagem do Comando de Operações Especiais.