Comida, combustível, gás e energia puxam alta dos preços em 2021 no Brasil; inflação tem a maior alta para setembro desde 1994
Por outro lado, as frutas, arroz e a carne de porco aliviaram o bolso do brasileiro ao longo do ano, de acordo com o IBGE
A inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), alcançou 7,05% entre janeiro e setembro deste ano, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (24). Os principais vilões do bolso do brasileiro foram os alimentos, os combustíveis e a energia elétrica.
A campeã no ranking de aumentos em 2021 é a abobrinha, cujo preço mais que dobrou nas prateleiras dos supermercados brasileiros. O pepino e o pimentão completam o ranking de vilões, seguidos de perto pelo etanol, gás veicular e os combustíveis em geral. A gasolina, sozinha, aumentou 33% nos primeiros nove meses do ano.
A energia elétrica residencial, que sofre aumentos frequentes nos últimos meses em decorrência da crise hídrica, subiu 20% em média no país. Significa dizer que uma conta mensal de R$ 100 em dezembro custa agora R$ 120.
Porém, mesmo na crise, houve produtos que ficaram mais em conta para o brasileiro. São os casos das frutas, como abacate, laranja, banana, maça e tangerina; das passagens aéreas, que ficaram 15% mais baratas neste ano; do arroz e da carne de porco — alternativa aos cortes bovinos, 10% mais pesados no bolso neste ano.
O centro da meta do governo federal para o IPCA é de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Portanto, pode chegar a 5,25% que, mesmo assim, estará dentro do planejamento oficial. No acumulado de 12 meses, porém, a inflação oficial marcou 10,05%, quase o dobro do teto da meta oficial.
Itens que ficaram mais caros em 2021:
1. ABOBRINHA 113,71%
2. PEPINO 74,88%
3. PIMENTÃO 68,23%
4. ETANOL 41,34%
5. REVISTA 39,56%
6. GÁS VEICULAR 35,42%
7. GASOLINA 33,37%
8. MANDIOCA (AIPIM) 33,18%
9. AÇÚCAR REFINADO 32,59%
10. ÓLEO DIESEL 30,03%
11. FUBÁ DE MILHO 27,35%
12. GÁS DE BOTIJÃO 26,83%
13. AÇÚCAR CRISTAL 25,81%
14. MELANCIA 24,97%
15. MELÃO 24,91%
16. MATERIAL HIDRÁULICO 24,38%
17. CAFÉ MOÍDO 21,97%
18. PEIXE-CAVALA 21,85%
19. PNEU 21,61%
20. FRANGO EM PEDAÇOS 20,83%
Produtos e serviços que aliviaram o bolso do brasileiro neste ano:
1. ABACATE -31,65%
2. BATATA-INGLESA -24,51%
3. LARANJA-LIMA -24,07%
4. BANANA-D'ÁGUA -22,36%
5. MAÇÃ -19,94%
6. LARANJA-BAÍA -17,68%
7. TANGERINA -15,72%
8. PASSAGEM AÉREA -15,70%
9. BANANA-MAÇÃ -15,60%
10. CEBOLA -12,62%
11. COUVE-FLOR -11,68%
12. MARACUJÁ -11,53%
13. CENOURA -10,55%
14. ARROZ -8,51%
15. TOMATE -8,33%
16. GOIABA -7,04%
17. BANANA-DA-TERRA -6,59%
18. FRUTAS -6,37%
19. MORANGO -6,24%
20. CAPA DE FILÉ -4,59%
21. CARNE DE PORCO -4,57%
22. UVA -4,38%
23. FARINHA DE ARROZ -4,26%
24. APARELHO DE SOM -3,98
25. MAMÃO -3,61
A prévia da inflação de preços no Brasil saltou 1,14% em setembro. A variação é a maior para o mês desde 1994, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em agosto, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que indica os rumos da inflação oficial, havia avançado 0,89%, o que correspondeu à maior alta do indicador para o mês desde o salto de 1% apurado em 2002.
Com a nova aceleração, o indicador acumula alta de 10,05% nos últimos 12 meses, patamar acima do teto da meta perseguida pelo governo, de 5,25%. Já em 2021, a inflação soma alta de 7,02%.
Mais uma vez, os preços da gasolina e da energia elétrica foram aqueles que, individualmente, tiveram o maior impacto no índice, ambos com 0,17 ponto percentual. As variações fizeram com que os grupos de transportes (2,22%), alimentação e bebidas, (1,27%) e habitação (1,55%) representassem os maiores impactos no bolso das famílias no período de coleta.
De acordo com o IBGE, a gasolina subiu 2,85% e acumula alta de 39,05% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também ficaram mais caros, com destaque para o etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%). No grupo, destaca-se ainda a alta nos preços das passagens aéreas, que subiram 28,76% em setembro, o terceiro maior impacto no resultado final da prévia da inflação do mês.
Já o grupo habitação foi puxado mais uma vez pela alta na energia elétrica (3,61%), apesar da alta em ritmo menor do que a de agosto (+5%). A nova valorização leva em conta a adoção da bandeira tarifária de escassez hídrica a partir de 1º de setembro, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.
Alimentação
A prévia da inflação mostra ainda que a alimentação no domicílio ficou 1,51% mais cara em setembro, resultado que corresponde a uma aceleração em relação à alta de 1,29% do grupo apurada no mês de agosto.
O principal vilão para as refeições dentro de casa foi a carne, que ficou 1,1% mais cara no período. Também subiram os preços da batata-inglesa (10,41%), do café moído (7,80%), do frango em pedaços (4,70%), das frutas (2,81%) e do leite longa vida (2,01%). Por outro lado, houve queda pelo oitavo mês consecutivo nos preços do arroz (-1,03%) e pelo sexto mês consecutivo nos preços da cebola (-7,51%).
Já no campo da alimentação fora do domicílio, a alta foi de 0,69%. Enquanto a refeição subiu 1,31%, em comparação à alta de 0,1% registrada em agosto, o lanche ficou 0,46% mais barato, após disparada de 0,75% no mês anterior.