Depois de 1000 dias como Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro e governo lançam Centro Nacional de Vacinas que ficará pronto em 2022
Entenda o que será o Centro Nacional de Vacinas lançado por Bolsonaro
Fruto de parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a (UFMG), o centro conta com R$ 50 milhões do ministério e R$ 30 milhões do governo de Minas
O Centro Nacional de Vacinas começa a ser construído em janeiro de 2022 no Parque Tecnológico de Belo Horizonte BH-TEC, um centro de inovação tecnológica localizado no bairro Engenho Nogueira.
Fruto de uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o centro conta com R$ 50 milhões do ministério e R$ 30 milhões do governo de Minas para as obras, compra de equipamentos, custos de infraestrutura e receita para os primeiros meses de funcionamento.
De acordo com Flavio Fonseca, pesquisador da UFMG e coordenador do CT-Vacinas, o centro vem ocupar um “buraco” que existe na produção científica brasileira.
Segundo ele, há muitas pesquisas realizadas nas universidades voltadas para a elaboração de vacinas, mas elas não chegam efetivamente às responsáveis pela produção dos imunizantes. Atualmente, a maioria das vacinas fabricadas na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e no Butantan, por exemplo, foi desenvolvida em outros países.
No Centro Nacional de Vacinas, os pesquisadores vão encontrar infraestrutura para trabalhar todos os passos de produção de vacinas, inclusive com biossegurança suficiente para a produção de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) e testes em cobaias.
Fonseca exemplifica essa importância a partir da Spintec, vacina contra a Covid que está sendo desenvolvida pela UFMG. “Os testes não podem ser feitos aqui, porque não temos laboratórios de biossegurança de nível 3. Temos que fazer isso em Ribeirão Preto”, explica.
Podendo abrigar cerca de 150 pesquisadores, o Centro Nacional de Vacinas será financeiramente independente da UFMG, com receita levantada a partir de recursos das próprias pesquisas – junto às entidades como Capes e Fapemig – ou a partir de parcerias com a iniciativa privada. Um dos blocos do edifício vai contar com laboratórios que podem ser “alugados” para parceiros. “Isso é importante para garantir a sustentabilidade do projeto”, garante Fonseca.
O novo edifício vai trazer mais infraestrutura para os cerca de 40 pesquisadores que atuam hoje no Centro de Tecnologia em Vacinas e Diagnóstico da UFMG (CT-Vacinas), que também está sediado no BH-TEC.
Além de desenvolver a Spintec, o CT também foi responsável pela criação da Leishtec, vacina de imunização Leishmaniose Visceral Canina que gera importantes royalties para a universidade.
Num primeiro momento, a prioridade dos trabalhos no novo espaço estará concentrada no desenvolvimento de imunizantes para doenças endêmicas no Brasil, como dengue e malária. “Essa é uma demanda do próprio ministério”, adianta Fonseca.
Ainda não está claro quem deve assumir o papel de "dono" do Centro Nacional de Vacinas, já que o projeto nasce a partir de parcerias entre universidade e duas esferas de governo (federal e estadual). "Esse é um conceito que ainda deve ser mais discutido e bem amarrado", explica o pesquisador.