Suécia aumenta impostos para financiar maior reforço militar na história moderna do País
O maior reforço militar da Suécia nos tempos modernos inclui a criação de novos regimentos de cavalaria, anfíbios e artilharia em todo o país e implica um aumento de 40% nos gastos militares.
Para financiar parcialmente as despesas militares, o governo sueco introduziu novos impostos sobre o tabaco e álcool, bem como impostos mais severos sobre os dividendos pagos a acionistas estrangeiros. Espera-se que as novas medidas aumentem as receitais fiscais da Suécia em cerca de US$ 140 milhões (R$ 746 milhões) anualmente a partir de 2024.
"Os novos regimentos e flotilha aérea vão contribuir para uma organização mais sustentável. Nós vamos treinar mais recrutas e também vamos conseguir presença geográfica em áreas estrategicamente importantes", disse em comunicado, divulgado neste sábado (18), o gerente de produção das Forças Armadas suecas, Johan Svensson.
O reforço militar inclui os regimentos de dragões e regimentos anfíbios responsáveis por defender o território sueco desde a Norlândia no norte até Gotemburgo no sul. Os preparativos estão em pleno andamento, mas a data de conclusão dos trabalhos ainda não foi definida.
"Nós colocamos muito esforço nas obras de instalação e elas estão progredindo de forma constante. Estamos significativamente adiantados relativamente ao prazo estabelecido pelo governo na maioria das unidades e não há nada, neste momento, que indique que não seremos capazes de criar todas as novas unidades a tempo", afirmou Johan Svensson, salientando um grande interesse do público pelas vagas anunciadas pelas Forças Armadas.
Nos últimos anos, os políticos, altos comandos (inclusive o ministro da Defesa, Peter Hultqvist) e jornalistas principais da Suécia têm utilizado repetidamente a narrativa de uma Rússia "assertiva" e "agressiva" como pretexto para assegurar os seus reforços militares, incluindo a remilitarização da ilha de Gotlândia, no mar Báltico. O território da ilha foi identificado como um possível ponto de entrada para uma "invasão" russa.
A Rússia, em resposta, disse que as reformas no orçamento militar sueco "não podem deixar de causar preocupação". A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, sugeriu que as "fobias antirrussas" são resultado da pressão externa sobre Estocolmo, principalmente da OTAN.