Pesadelo da cadeia de abastecimento mundial está prestes a piorar
Escassez de chips de computador. Congestionamento portuário épico. E uma grave falta de caminhoneiros. As delicadas cadeias de abastecimento do mundo estão sob estresse extremo.
O pesadelo da cadeia de suprimentos está aumentando os preços para os consumidores e desacelerando a recuperação econômica global. Infelizmente, a Moody’s Analytics alerta que as interrupções na cadeia de suprimentos “ficarão piores antes de melhorar”.
“À medida que a recuperação econômica global continua ganhando força, o que fica cada vez mais aparente é como ela será bloqueada por interrupções na cadeia de suprimentos que agora estão aparecendo em cada esquina”, escreveu a Moody’s em um relatório de segunda-feira (11).
De fato, o FMI rebaixou sua previsão de crescimento dos EUA para 2021 na terça-feira (12) em um ponto percentual, o máximo para qualquer economia do G7.
O FMI citou interrupções na cadeia de suprimentos e enfraquecimento do consumo — que por si só foi parcialmente causado por gargalos na cadeia de suprimentos, como a falta de carros novos em meio à escassez de chips de computador.
“Controles de fronteira e restrições de mobilidade, indisponibilidade de um passe de vacina global e demanda reprimida de ficar presa em casa se combinaram para uma tempestade perfeita, onde a produção global será prejudicada porque as entregas não são feitas a tempo, os custos e os preços vão subir e Como resultado, o crescimento do PIB mundial não será tão robusto”, escreveu a Moody’s no relatório.
A Moody’s disse que o “elo mais fraco” pode ser a falta de motoristas de caminhão — um problema que contribuiu para o congestionamento nos portos e fez com que os postos de gasolina no Reino Unido secassem.
Infelizmente, a Moody’s alertou que há “nuvens negras à frente” porque vários fatores tornam a superação das restrições de oferta particularmente desafiadora.
Em primeiro lugar, a empresa apontou as diferenças em como os países estão lutando contra a Covid, com a China visando zero casos, enquanto os Estados Unidos estão “mais dispostos a conviver com a Covid-19 como uma doença endêmica”.
“Isso representa um sério desafio para harmonizar as regras e regulamentos pelos quais os trabalhadores do setor de transporte entram e saem de portos e centros em todo o mundo”, escreveram os analistas.
Em segundo lugar, a Moody’s citou a falta de um “esforço global combinado para garantir o bom funcionamento” da rede mundial de logística e transporte.
Outros estão muito mais otimistas quanto às perspectivas da cadeia de abastecimento.
O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse na segunda-feira que esses soluços na cadeia de suprimentos desaparecerão rapidamente.
“Isso não será um problema no próximo ano”, disse Dimon durante uma conferência realizada pelo Instituto de Finanças Internacionais, informou a CNBC. “Esta é a pior parte. Acho que grandes sistemas de mercado vão se ajustar a isso, como as empresas fizeram.”