Em meio a veto chinês, governo brasileiro vai exportar carne bovina à Rússia
O embargo da China à carne do Brasil já dura mais de dois meses. Mas a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou nesta quarta-feira (17) que a Rússia vai firmar parceria com o Brasil para exportação de carne com tarifa zero de importação por seis meses.
“O governo russo anunciou que abrirá uma cota de 300 mil toneladas de carne (200 mil toneladas de carne bovina e 100 mil toneladas de carne suína) com tarifa zero de importação por seis meses, mercado que pode ser utilizado pelo Brasil”, publicou em seu perfil no Twitter.
Resumo do dia em Moscou: estive com representantes do governo e de empresas do setor de fertilizantes. Recebemos a garantia da continuidade da exportação de fertilizantes ao Brasil. O produto é essencial para a produção agropecuária. #agro pic.twitter.com/4Y2iyDD8aC
— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) November 17, 2021
No início deste mês, um levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) mostrou que o volume de exportações de carne bovina brasileira caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020.
O veto chinês à carne brasileira reflete diretamente nesses números. A China é o principal comprador de carne bovina nacional e corresponde a 60% dos embarques feitos nos portos brasileiros.
O presidente Jair Bolsonaro disse, em entrevista à rádio Cultura FM, no dia 10 de novembro, que o bloqueio da China não é consequência do seu relacionamento com o país asiático ou com o presidente Xi Jinping.
A Rússia também havia imposto restrições à carne bovina brasileira depois que dois casos atípicos da doença da “vaca louca” foram detectados em frigoríficos localizados no Brasil.
Um novo acordo com o país do Leste Europeu pode voltar a dar segurança aos países que importavam a carne brasileira, algo que o governo brasileiro vem tentando fazer, mostrando que o país não tem registros de casos de contágio “da doença da vaca” louca entre os animais.