Devido ao Futuro Real Digital, e seguindo os moldes da Itália em 2022; Brasileiro poderá entrar e sair do país com até 10 Mil Dólares em espécie
Aprovada no início de dezembro e sancionada nesta quinta-feira (30) de Dezembro de 2021, a nova lei cambial deve reduzir os custos na compra e na venda de dólares, proporcionar maior segurança jurídica e aumentar a conversibilidade do real – ou seja, a facilidade em realizar transações com o resto do mundo. E seguindo os passos da Itália: 999 Euros
O texto foi aprovado no início de dezembro pelo Senado Federal e, agora, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Caberá ao Conselho Monetário Nacional (CMN) e ao Banco Central a definição de regulamentos específicos e dos prazos de adaptação para o mercado. As novas regras podem levar até um ano para entrar em vigor.
Entre as mudanças, a lei permitirá:
limite maior para os viajantes levarem moeda estrangeira em viagens internacionais, a declaração de moeda em espécie será obrigatória a partir de US$ 10 mil – o limite anterior era R$ 10 mil;
negociação de moeda entre brasileiros observado o limite de US$ 500;
abertura de contas em moeda estrangeira para novos setores país (CMN e BC definirão regras);
início das discussões sobre o PIX internacional e transações pelo futuro real digital.
De acordo com o Banco Central, a nova legislação se baseia na "livre movimentação" de capitais e na realização das operações no mercado de câmbio de forma menos burocrática.
A instituição argumenta que a atual legislação cambial começou a ser estruturada em 1920, em um contexto de escassez de moeda estrangeira, e que não é mais consistente com uma economia globalizada.
De acordo com o responsável jurídico da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), Fernando Borges, a nova lei corrige a defasagem de uma legislação que já tem mais de 100 anos.
Essa correção deve gerar mais segurança jurídica e pode resultar em uma valorização do real (ou desvalorização menor) por conta da queda dos custos das transações de compra e venda de moeda estrangeira.
"O Brasil encontrava-se muito defasado frente aos demais países. [A nova regra] possibilita que uma empresa, sediada no exterior, tenha um melhor conhecimento da lei do Brasil. A gente recebe questionamentos aqui sobre o ordenamento jurídico, que tem mais de 100 anos. Isso acaba dificultando a análise de investidores estrangeiros. A aprovação do projeto de lei facilita o aporte de investimentos [estrangeiros]", declarou.
O BC informou que a nova lei consolidará o texto mais de 400 artigos dispersos e revogando vários dispositivos antigos, considerados obsoletos. A nova norma contém 30 artigos. A instituição avalia ainda que as regras atuais "trazem comandos dispersos e, eventualmente, conflitantes".
O representante da Abracam manifestou preocupação, porém, com a regra que possibilita a compra e venda de até US$ 500 por pessoas físicas, recursos que seriam sobra de viagens internacionais. Para Borges, essa mudança pode facilitar fraudes.
O economista recomendou que as pessoas tenham cuidado com quem realizam esse tipo de transação.
"Existe uma preocupação com a informalidade. A gente convive com muitos golpes, muitas fraudes. É um alerta para que tenham atenção nas transações. A preocupação é com a circulação de notas falsas, provenientes de lavagem de dinheiro. Isso pode acabar sendo prejudicial à população", avaliou.
Para William Baghdassarian, economista do Ibmec Brasília, o BC já vem há algum tempo vem tentando modernizar e legislação cambial brasileira, mas o tema, polêmico, tinha dificuldades para avançar no parlamento. "Dessa vez, o Congresso comprou a briga", disse.
Segundo ele, a nova lei vai facilitar a abertura da economia brasileira nas exportações e nas compras de produtos do exterior, aumentando a concorrência das empresas brasileiras e contribuindo, por outro lado, com o combate à inflação (com a maior competição proporcionada pelo aumento de importados). O Ministério da Economia também tem atuado para reduzir as tarifas.
Sardenberg compara o desempenho da economia brasileira com outros países