Paulo Guedes diz que ¨pior¨ da inflação já passou; Economia sobe projeção de IPCA
O Ministério da Economia revisou para cima sua projeção para a inflação oficial neste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta de preços neste ano passou de 6,55% para 7,90%.
Mais cedo nesta quinta-feira, o ministro Paulo Guedes afirmou que o Brasil já saiu do "inferno" da inflação, ao contrário de países desenvolvidos - que mostram aceleração dos preços.
"Está faltando manteiga na Holanda, tem gente brigando na fila da gasolina no interior da Inglaterra, que teve a maior inflação dos últimos 40 anos e vai ter dois dígitos já já. Eles estão indo para o inferno. Nós já saímos do inferno, conhecemos o caminho e sabemos como se sai rápido do fundo do poço", declarou Guedes em evento da Arko Advice e Traders Club.
Os analistas do mercado financeiro preveem a inflação em 7,89% ao final deste ano. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.
Se confirmadas as previsões do governo e do mercado financeiro para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
Para 2023, a estimativa subiu de 3,25% para 3,60%. No caso de 2023, a meta é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (1,75% a 4,75%).
O Ministério da Economia também atualizou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 6,70% para 8,10%. Para 2023, a projeção é de 3,70%.
Já a estimativa da Economia para a alta do IGP-DI em 2022 passou de 10,01% para 11,41%. Para o próximo ano, a expectativa é de 4,57%.
PIB
O Ministério da Economia manteve a projeção de crescimento econômico para 2022 em 1,5%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira. 19. A projeção anterior havia sido divulgada em março de 2022.
De acordo com o Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta, a Economia também manteve as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024, 2025 e 2026, todas em 2,50%.
"Desde março, em linha com as projeções da SPE, pode-se notar uma revisão altista das expectativas de mercado para a atividade econômica", afirmou o documento.
Os dados servem de base para a elaboração do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, que será divulgado nesta sexta, 20. O documento destaca que a melhora no desempenho do PIB brasileiro tem ocorrido pela retomada no setor de serviços e ampliação dos investimentos, o que se reflete na recuperação do mercado de trabalho. "Os riscos externos devem ser monitorados, sobretudo a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor", completou a SPE.