Em livro sobre lembranças, Jared Kushner diz que ambiente era “tóxico” na Casa Branca


O genro do ex-Presidente dos EUA Donald Trump, Jared Kushner, denuncia, num livro a ser publicado, que o clima na Casa Branca era “tóxico”, quando o estratego de extrema-direita Steven Bannon ali trabalhou como assessor. Kushner, que também foi conselheiro de Trump, faz a afirmação no seu livro , que será publicado no próximo mês e do qual os ‘media’ norte-americanos começaram a divulgar extratos.


Segundo a CNN, Kushner descreve no livro uma cena em que o primeiro chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, lhe pediu para telefonar a um jornalista do jornal The New York Times para tentar impedir a publicação de um artigo. Nesse artigo, o jornal noticiava que Priebus e Bannon tinham sido expulsos do Air Force One, o avião oficial do Presidente, por que Trump estava descontente com o comportamento de ambos.


“Por que é que querem vir comigo para a Florida hoje? Eu não preciso de vocês. Fiquem aqui”, disse Trump a Priebus e a Bannon, de acordo com o relato de Kushner.


Imediatamente a seguir, o Presidente fez uma referência às repercussões da decisão do então procurador-geral, Jeff Sessions, de se recusar a travar a investigação do FBI sobre a interferência russa nas eleições de 2016, e alegou que essa investigação seria “desastrosa” para o Governo.


E quando Kushner telefonou para o repórter do The New York Times, pedindo para não publicar a história, Bannon descarregou a sua raiva no genro do Presidente. “Como te atreves a filtrar informações sobre mim? Se filtrares alguma coisa sobre mim, eu vou começar a divulgar informações sobre ti nos próximos 28 dias, a partir de domingo”, ameaçou Bannon.


Kushner escreve no seu livro que Bannon – que foi demitido por Trump em Agosto de 2017 – causou-lhe mais problemas do que qualquer outra pessoa durante o tempo em que foi consultor na Casa Branca, admitindo que tenha mentido sobre si.


Num outro trecho do livro, divulgado pelo jornal The Washington Post, Kushner escreve sobre aquele que foi o segundo chefe de gabinete de Trump, John Kelly, que descreve como uma espécie de “Jekyll e Hyde” (numa referência à famosa personagem da literatura, com dupla personalidade) e a quem acusa de ter empurrado a sua mulher, Ivanka Trump, filha do ex-Presidente, após uma discussão na Sala Oval.


“Um dia, (Kelly) saiu de uma reunião tensa na Sala Oval. Ivanka passava no corredor principal da ala oeste, quando se cruzou com ele. Sem saber do seu estado de espírito, disse-lhe ‘Olá, chefe!’. Kelly empurrou-a para fora do seu caminho. Não a magoou e ela preferiu não fazer daquilo um caso. Mas Kelly mostrou o seu verdadeiro carácter”, escreve o marido de Ivanka. Kushner diz que, uma hora depois, Kelly foi ao gabinete de Ivanka Trump para se desculpar, o que ela aceitou.


Num ‘e-mail’ enviado ao The Washington Post, Kelly garante que não se lembra de nada do que foi descrito pelo genro de Trump. “É inconcebível que eu tenha empurrado uma mulher. Inconcebível. Isso nunca aconteceu. Eu não faria uma coisa dessas intencionalmente. Também não me lembro de ter pedido desculpa por uma coisa que não fiz”, assegura o ex-chefe de gabinete de Trump.

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