Em visita a Riad, Xi Jinping ultrapassa as expectativas e assina 34 acordos com a Arábia Saudita
A última viagem do presidente chinês ao país saudita aconteceu em 2016, quando foram firmados apenas 14 acordos de cooperação. Desta vez, os países fecharam 34 pactos de investimento em setores como o de energia e tecnologia da informação.
Desde ontem (7), o líder chinês, Xi Jinping, encontra-se em solo saudita para uma visita de Estado. No país árabe, Xi disse que a China está pronta para fortalecer a parceria estratégica abrangente com a Arábia Saudita. Hoje (8), de acordo a agência oficial de notícias saudita SPA, Pequim e Riad assinaram 34 acordos de investimento.
Segundo a mídia, "foram assinados dezenas de acordos entre a Arábia Saudita e a China nas áreas de energia verde, produção de hidrogênio, energia fotovoltaica, tecnologia da informação, serviços de informática, transporte, logística, indústria médica, habitação e construção em geral".
Após assinatura das negociações, o ministro saudita dos Investimentos, Khaled Falih, afirmou que "os acordos refletem a vontade do reino de desenvolver relações com a China em todas as áreas, incluindo econômica e de investimento", afirmou Falih, citado pela mídia.
O ministro também observou que a Arábia Saudita, à luz do programa de desenvolvimento econômico Visão 2030, oferece "oportunidades de investimento sem precedentes em vários setores, incluindo os relacionados a energia renovável, indústria, comunicações, tecnologia da informação, biotecnologia, turismo e construção".
Em 2021, o volume de comércio entre os dois países foi de US$ 80 bilhões (R$ 419 bilhões) e US$ 270 milhões (R$ 1,4 bilhão) no terceiro trimestre deste ano.
A visita de Xi se estenderá até 10 de dezembro, uma vez que o líder chinês participará da Cúpula China-Árabe e da Cúpula do Conselho de Cooperação China-Golfo. Essa é a primeira viagem de Xi a Riad desde 2016.
Segundo especialistas, a ida do líder chinês ao país árabe pode ser considerada uma visita verdadeiramente histórica. Para Maria Pakhomova, pesquisadora sênior do Centro de Pesquisa em Problemas Contemporâneos do Leste entrevistada pela Sputnik, a visita chinesa visa estreitar as relações com os países do golfo Pérsico, um importante centro mundial.
A especialista ressalta que o Oriente Médio está desempenhando um papel estabilizador, sendo cada vez mais importante no contexto da crise de segurança na Europa e da arruinação do mercado global de petróleo e gás pelo Ocidente.
Pakhomova ainda destaca que a visita chinesa possa ter sido motivada pela rivalidade com os Estados Unidos na região, onde os chineses disputam uma competição saudável e com métodos legais.