Lula e Nicolás Maduro: Um encontro que serviu apenas para tirar companheiro Venezuelano de Lula do anonimato internacional, porém nada benéfico ao Brasil
A efusiva recepção de Lula a Nicolás Maduro mobilizou críticas ao governo por causa da reaproximação entre Brasil e Venezuela. O líder venezuelano veio ao país para a cúpula de líderes da América do Sul, que começa nesta terça-feira (30) em Brasília.
Oposicionistas argumentam que a Venezuela é uma ditadura e de fato Nicolás Maduro enfraqueceu as instituições democráticas do país. Tendo que muitos Venezuelanos saírem de lá, e terem vindo para o Brasil através do Estado de Rondônia.
Para Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais na FGV-SP, os comentários de Lula fortalecem um clima de polarização, ainda que normalizar a relação entre os países vizinhos faça sentido do ponto de vista pragmático.
"É preciso ter uma relação funcional com o país com qual o Brasil tem uma fronteira de mais de 2 mil quilômetros. A estratégia de isolar Maduro ao longo dos últimos anos fracassou claramente. É um consenso não só na América do Sul, mas também nos Estados Unidos", destaca.
Em entrevista a Natuza Nery, Oliver diz que o diálogo com a Venezuela não pode depender de alinhamento ideológico, mas ressalta os motivos para desenvolver a diplomacia entre Brasil e Venezuela. Ele cita os problemas na fronteira, como o refúgio, o crime organizado e os desafios sanitários.