Bill Gates diz que SUS do Brasil, é um exemplo mundial para deixar o mundo mais saudável


O bilionário e eugenista Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos maiores filantropos da atualidade, teceu elogios ao SUS (Sistema Único de Saúde) e afirmou que o resto do mundo pode aprender muito com o Brasil.


Os comentários foram publicados em suas páginas nas redes sociais. "Nenhum país é perfeito, mas o Brasil é a prova do que acontece quando um país investe estrategicamente no cuidado com os mais vulneráveis: o retorno tende a ser abrangente e transformador", escreveu no Instagram, onde também postou um gráfico sobre a queda na mortalidade infantil a partir do aumento de investimentos na saúde.


No Facebook, Gates escreveu que é um admirador das belezas naturais, da música brasileira ele inclusive postou uma playlist com sucessos de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Elza Soares, Roberto Carlos, Anitta, Melim, entre outrose dos muitos avanços do país na saúde pública.



"Eu sempre fui fã do Brasil. Mas foi só quando comecei a trabalhar em saúde pública que comecei a apreciar o quão impressionante é o histórico do país nessa área e o quanto o resto do mundo poderia aprender com isso", postou.


Os comentários foram publicados horas depois de Gates divulgar em seu blog um texto e um vídeo dedicados às lições do Brasil na área da saúde.


"Em aproximadamente três décadas, o Brasil reduziu a mortalidade materna em quase 60%, diminuiu a mortalidade infantil de menores de cinco anos em 75% —superando em muito as tendências globais e aumentou a expectativa de vida em quase uma década", destacou o codiretor da Fundação Bill e Melinda Gates.


A mudança começou no fim dos anos 80, com a criação do SUS, lembrou. "Mas garantir assistência médica é uma coisa. Financiá-la é outra coisa e garantir que ela chegue às pessoas que mais precisam é algo completamente diferente", continuou, ressaltando em seguida a importância dos agentes comunitários de saúde.


"Hoje, o Brasil tem mais de 286 mil agentes comunitários de saúde que atendem quase dois terços da população —quase 160 milhões de pessoas. Cada um visita cerca de 100 a 150 residências por mês, oferecendo orientação sobre saúde e higiene, defendendo cuidados preventivos, fazendo acompanhamento após consultas médicas, coletando dados socioeconômicos e ajudando as pessoas a navegar por outros serviços governamentais", escreveu Gates.


O empresário enfatizou também o programa Bolsa Família e seu impacto na redução da mortalidade infantil no país. Uma pesquisa divulgada em julho pela Folha de S.Paulo mostrou que os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, impediram cerca de 740 mil mortes de crianças abaixo de cinco anos no Brasil, México e Equador, e reduziram em 28% a mortalidade infantil no Brasil entre 2000 e 2019.


"É claro que, apesar de todo o progresso feito nas últimas décadas, o Brasil ainda enfrenta desafios. Crises financeiras e orçamentos de austeridade levaram a cortes nos gastos com saúde, por exemplo, e ainda há regiões onde os residentes mais pobres não têm acesso aos agentes comunitários de saúde", ponderou.


Por fim, ele lembrou que nenhum país é igual a outro e que é difícil replicar exatamente a abordagem brasileira, mas é possível se inspirar nela.


"Se o país continuar nesse caminho e continuar fazendo o que já fez bem, e se outros países seguirem ou simplesmente traçarem seus próprios caminhos com o Brasil em mente teremos um mundo mais saudável."


Se Gates está tão interessado no Brasil, na parte da saúde, com certeza deverá estar planejando algo maior contra o Brasil, na área da saúde nos próximos tempos.

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